Não é fácil, não é mesmo...sempre se tem esperança que seja só daquela vez, e depois vem o pedido de desculpas, o "já não faço mais", o "enervei-me tu tiras-me do sério", e nós até pensamos que realmente fizemos algo de errado...e por vezes ainda pedimos desculpa, depois de batidas, com um meio sentimento de culpa.
Mas depois volta a acontecer, e volta a perdoar-se, e volta a acontecer, e volta a perdoar-se...
Foi assim que eu passei 10 anos da minha vida...
O primeiro e único namorado, por quem fiz e dei tudo de mim, e, apesar de ter um feitio conturbado e briguento, não pensei que se revelasse um agressor.
Já foi no final dos 9 anos de namoro, que senti os primeiros tumultos, mas os convites para o casamento já tavam prontos, não tive coragem de virar costas, e mais uma vez, pensei que tinha sido só daquela vez...
Ao fim de 3 meses de casamento, e depois de várias noites a chegar tarde a casa, aconteceu a primeira vez, preocupada, acordada a noite inteira, agarrada ao telémovel, quando chegou a casa, pedi-lhe satisfações, afinal estava preocupada, ele vinha a cheirar a bebida, o não querer explicar, o alcool, o mau feitio, o não suportar que lhe chamem a atenção a nada, originou a gritaria, as ofensas e a agressão...
Fiquei com os olhos, pescoço e costas marcadas, foi horrivél, não só pla dor, mas plo incrédulo do que me estava a acontecer, fui trabalhar maquilhada, destroçada, chorada, humilhada, mas não ficou por ai..., na altura só havia um carro, o meu, pegou nele e desapareceu, foram quase dois dias assim...foi chamado a atenção plos meus pais...melhorou uns tempos, mas vai na volta acontecia, ainda houve mais uma vez, que fiquei marcada na cara, depois comecei a defender-me, tapava a cara, era batida nas costas e nos braços.
Motivos da discussão...dinheiro,que esturrava, ou que exigia depois de já não ter, as noitadas, e a bebida, as mentiras...essas eram sempre bem preparadas, e cheguei a acreditar em muitas...
Há meses, tudo isto se agravou, com o ainda agravamento de despresar o filho dentro da própria casa, arranjou uma amante, e não se inibia de se passear com ela e com a filha em deterimento da familia que abandonava em casa...dormia semanas inteiras com ela e depois voltava, sem se saber quando, dormia, sujava, partia...mas plo caminho, despresava, ofendia, humilhava e gozava, num dos dias a discução foi feia, e aquelas mãos pesadas e brutas, pegaram-me no pescoço e encostaram-me à parede, óbvio, fiquei marcada, tive ainda mais nojo do que das outras vezes, porque já não havia sentimentos que provocassem a desculpa, havia raiva, nojo, despreso...
Plo meu filho decidi que ia contar ao mundo, custou, dei voltas e voltas com o carro, mas entrei no posto da GNR, e abri a caixinha dos meus segredos maus, à frente de uma agente da autoridade, um estranho, uma vida negra e vergonhosa, mas tinha de ser...
Denúncia, fotos, relatório médico, testemunhas, meses nisto...e o incrivel acontece, em apenas 10 dias úteis, o processo é arquivado, porque ninguem viu bater com os próprios olhos, 10 anos de angústia, abafados injustamente em 10 dias.
Mas não desisito, recorri...e vou recorrer até que a minha humilhação e ao mesmo tempo coragem vencam, contra o sofrimento que passei...
A justiça é injusta!!!!!
Mas não nos podemos CALAR!
Denunciar é o primeiro passo...
Para colocar o ponto final num pesadelo!
Não Cales a tua DOR...Denúncia!
Pela tua felicidade...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário